LE VOYEUR
No
úmido porão, terra batida,
lar
de escorpiões,
procura-se
a greta entre as tábuas
do
soalho
por
onde se surpreenda a florescência
do
corpo das mulheres
na
sombra de vestido refolhados
que
cobrem até os pés
a
escultura cifrada.
Entro
rastejante
dobro
o corpo em dois
à
procura da greta reveladora
de
não sei que mistério radioso
ou
sombrio
só
a homens ofertado
em
sigilo de quarto e noite alta.
Encontro,
mina de ouro?
Contenho
respiração.
Dispara
o coração
no
fim de longa espera
ao
rumor de saias lá em cima
ai
de mim, que nunca se devassam
por
mais que o desejo aguce a vista
e
o sangue implore uma visão
de
céu e terra encavalados.
Nada
nada
nada
senão
a sola negra dos sapatos
tapando
a greta do soalho.
Saio
rastejante
olhos
tortos
pescoço
dolorido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário