"Mergulhar corajosamente na espessura da vida e aproveitá-la onde você for, é sempre interessante." Johann Wolfgang Von Goethe
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
"Valentine's day"
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinícius de Moraes
Dia da Amizade
“Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos
devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente
compartilhar as mesmas recordações. pois boas lembranças, são marcantes, e o
que é marcante nunca se esquece! Uma grande amizade mesmo com o passar do tempo
é cultivada assim!”
Vinícius de Moraes
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
...e já é carnaval!
Imagem retirada da internet
"ABRE ALAS"
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Por Chiquinha Gonzaga, 1899
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Quando envelhecer, quero usar púrpura
Imagem retirada da internet
"Quando ficar velha, quero
usar púrpura
com chapéu vermelho, que não combina
e fica ridículo em mim.
Vou gastar o dinheiro que tenho em uísque,
usarei luvas no verão,
e me queixarei que falta manteiga em casa.
Vou sentar-me no meio-fio quando estiver cansada,
comerei todas as ofertas do supermercado,
tocarei as campainhas dos vizinhos,
arrastarei meu guarda-chuva nas grades da praça,
e só assim me sentirei vingada por ter sido tão
séria durante a minha juventude.
Vou andar de chinelos,
arrancar flores do jardim dos outros,
e cuspir no chão.
Vou usar roupas horríveis, engordar sem culpa,
comer um quilo de salsichas no almoço,
ou passar uma semana só na base do pão e picles.
Vou juntar caixinhas, lápis e rótulos de cerveja.
Mas, enquanto ainda sou jovem,
preciso de um tipo de roupa que me deixe seca em
caso de chuva,
tenho que pagar o aluguel,
não posso dizer palavrão na rua,
sirvo de exemplo para a infância,
preciso ler jornal, estar informada,
convidar meus conhecidos para jantar.
Por isso, quem sabe
eu não deveria começar a treinar desde agora?
Assim ninguém vai ficar chocado
quando, de repente, eu ficar velha
e começar a usar púrpura."
com chapéu vermelho, que não combina
e fica ridículo em mim.
Vou gastar o dinheiro que tenho em uísque,
usarei luvas no verão,
e me queixarei que falta manteiga em casa.
Vou sentar-me no meio-fio quando estiver cansada,
comerei todas as ofertas do supermercado,
tocarei as campainhas dos vizinhos,
arrastarei meu guarda-chuva nas grades da praça,
e só assim me sentirei vingada por ter sido tão
séria durante a minha juventude.
Vou andar de chinelos,
arrancar flores do jardim dos outros,
e cuspir no chão.
Vou usar roupas horríveis, engordar sem culpa,
comer um quilo de salsichas no almoço,
ou passar uma semana só na base do pão e picles.
Vou juntar caixinhas, lápis e rótulos de cerveja.
Mas, enquanto ainda sou jovem,
preciso de um tipo de roupa que me deixe seca em
caso de chuva,
tenho que pagar o aluguel,
não posso dizer palavrão na rua,
sirvo de exemplo para a infância,
preciso ler jornal, estar informada,
convidar meus conhecidos para jantar.
Por isso, quem sabe
eu não deveria começar a treinar desde agora?
Assim ninguém vai ficar chocado
quando, de repente, eu ficar velha
e começar a usar púrpura."
--Jenny Joseph em
Quando envelhecer vou usar púrpura,
tradução de Lya Luft--
tradução de Lya Luft--
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Na minha próxima vida...
"Na minha
próxima vida, quero viver de trás para frente"
Começar
morto, para despachar logo o assunto.
Depois,
acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser
expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a
trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar
40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para
entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.
E depois,
estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e
só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bebê inocente até nascer.
Por fim,
passo nove meses flutuando num “spa” de luxo, com aquecimento central, serviço
de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois –
“Voilà!” – desapareço num orgasmo.
By Woody
Allen
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Carpe Diem
"Carpe diem. Aproveitem o dia, meninos. Façam
de suas vidas uma coisa extraordinária."
--Sociedade dos Poetas Mortos--
Um dia um tanto Drummond
"ATRIZ"
A
morte emendou a gramática.
Morreram
Cacilda Becker.
Não
era uma só. Era tantas.
Professorinha
pobre de Piraçununga
Cleópatra
e Antígona
Maria
Stuart
Mary
Tyrone
Marta
de Albee
Margarida
Gauthier e Alma Winemiller
Hannah
Jelkes a solteirona
a
velha senhora Clara Zahanassian
adorável
Júlia
outras
muitas, modernas e futuras
irreveladas.
Era
também um garoto descarinhado e astuto: Pinga-Fogo
e
um mendigo esperando infinitamente Godot.
Era
principalmente a voz de martelo sensível
martelando
e doendo e descascando
a
casca podre da vida
para
mostrar o miolo de sombra
a
verdade de cada um dos mitos cênicos.
Era
uma pessoa e era um teatro.
Morrem
mil Cacildas em Cacilda.
Por Carlos Drummond de Andrade
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