"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."
"Considero o
filho único um monstro de circo de cavalinhos, um mártir, mártir do pai, mártir
da mãe e mártir dessas circunstâncias. As famílias numerosas são muito mais
normais, mais inteligentes e mais felizes."
"Aos 18 anos
não sabemos nem como se diz “bom dia” a uma mulher. Para o homem o amor não é
gênio, nem talento, e sim tempo, métier, sabedoria adquirida. O homem devia
nascer com 35 anos feitos."
"O divórcio
não resolve nada. Não resolve o problema da fidelidade também, não. Porque a
infidelidade não resulta da falta de amor. Na maioria absoluta dos casos, trata-se
de uma aventura acidental e desnecessária que a lei do divórcio não vai evitar.
A amante tem todos os defeitos da esposa e nenhuma de suas qualidades. O
divórcio virá, ao contrário, estimular a infidelidade. Uma esposa infiel, por
exemplo, em vez de trair apenas o marido, com o divórcio trairá um segundo, um
terceiro e um quarto..."
"Uma virtude
do desenvolvido que desponta no brasileiro é o hábito do psicanalista. Sabe-se
que a angústia é, se me permitem a metáfora, a flor do lazer, a jóia da
ociosidade. “Para ser um bom neurótico, o sujeito precisa de tempo e, além
disso, obviamente, dinheiro."
"O rico
e o pobre são duas pessoas.
O soldado
protege os dois.
O operário
trabalha pelos três.
O cidadão
paga pelos quatro.
O vagabundo
come pelos cinco.
O advogado
rouba os seis.
O juiz
condena os sete.
O médico mata
os oito.
O coveiro
enterra os nove.
O diabo leva
os dez.
E a mulher engana os onze."