Páscoa é um momento de grande amor, de família, de paz e de renascimento. Um momento de agradecer discretamente por tudo que temos e desejamos. Que a Páscoa seja um momento de renovar a fé, de confiança e esperança em um futuro melhor, repleto de milagres e tendo sempre por perto aqueles que mais amamos...
"Mergulhar corajosamente na espessura da vida e aproveitá-la onde você for, é sempre interessante." Johann Wolfgang Von Goethe
domingo, 31 de março de 2013
Ao meu irmão... Feliz Aniversário!
Soneto de Aniversário
Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.
Por Vinícius de Moraes
sábado, 30 de março de 2013
A comida e as lembranças da infância
“Pessoas há que, para ter experiências místicas, fazem longas peregrinações para lugares onde, segundo relatos de outros, algum anjo ou ser do outro mundo apareceu. Quando quero ter experiências místicas, eu vou à feira. Cebolas, tomates, pimentões, uvas, caquis e bananas me assombram mais que anjos azuis e espíritos luminosos. Criaturas encantadas. Seres de um outro mundo. Interrompem a mesmice do cotidiano. Pimentões brilhantes, lisos, vermelhos, amarelos e verdes. Ainda hei de decorar uma árvore de Natal com pimentões”.
Por Rubem Alves
quinta-feira, 28 de março de 2013
Canções da Legião
"Pais
e Filhos"
Estátuas
e cofres e paredes pintadas
Ninguém
sabe o que aconteceu.
Ela
se jogou da janela do quinto andar
Nada
é fácil de entender.
Dorme
agora,
é
só o vento lá fora.
Quero
colo! Vou fugir de casa!
Posso
dormir aqui com vocês?
Estou
com medo, tive um pesadelo
Só
vou voltar depois das três.
Meu
filho vai ter nome de santo
Quero
o nome mais bonito.
É
preciso amar as pessoas
Como
se não houvesse amanhã
Porque
se você parar pra pensar
Na
verdade não há.
Me
diz, por que que o céu é azul?
Explica
a grande fúria do mundo
São
meus filhos
Que
tomam conta de mim.
Eu
moro com a minha mãe
Mas
meu pai vem me visitar
Eu
moro na rua, não tenho ninguém
Eu
moro em qualquer lugar.
Já
morei em tanta casa
Que
nem me lembro mais
Eu
moro com os meus pais.
É
preciso amar as pessoas
Como
se não houvesse amanhã
Porque
se você parar pra pensar
Na
verdade não há.
Sou
uma gota d'água,
sou
um grão de areia
Você
me diz que seus pais não te entendem,
Mas
você não entende seus pais.
Você
culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São
crianças como você
O
que você vai ser,
Quando
você crescer?
Por
Legião Urbana
segunda-feira, 25 de março de 2013
Tenha fé
"Deus"
Eu
me lembro! Eu me lembro! - Era pequeno
E
brincava na praia; o mar bramia,
E,
erguendo o dorso altivo, sacudia,
A
branca espuma para o céu sereno.
E
eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que
dura orquestra! Que furor insano!
Que
pode haver de maior do que o oceano
Ou
que seja mais forte do que o vento?"
Minha
mãe a sorrir, olhou pros céus
E
respondeu: - Um ser que nós não vemos,
É
maior do que o mar que nós tememos,
Mais
forte que o tufão, meu filho, é Deus.
domingo, 24 de março de 2013
"Verso x Reverso"
“Se
sou alegre ou sou triste?…
Francamente,
não o sei.
A
tristeza em que consiste?
Da
alegria o que farei?
Não
sou alegre nem triste.
Verdade,
não sou o que sou.
Sou
qualquer alma que existe
E
sente o que Deus fadou.
Afinal,
alegre ou triste?
Pensar
nunca tem bom fim…
Minha
tristeza consiste
Em
não saber bem de mim…
Mas
a alegria é assim…”
sábado, 23 de março de 2013
Festa do Sakura
“Eis
que hoje estou pensado:
Valho
menos que qualquer.
Para
o que vá perdoando
Comprarei
E
levarei
Flores
a minha mulher.”
--Ishikana
Takuboku--
“É
manhã de Verão. Mas já as folhas
Da
figueira que seca se enferrujam
E
murmuram no vento
E
nos ramos que lhe tremem que lhes fujam.
Dormir
ou não dormir? Os fios elétricos,
Neles
cigarras cantam, vão pelo céu acima;
Murchas,
as folhas tremem e os ramos temem
O
fim que se aproxima.
Dormir
ou não dormir? Quieto e escuro o céu,
O
céu que os fios cortam,
Nuvens
cobrindo o sol com seu véu.
Cigarras
tão distantes a meus ouvidos.
E
os que eu amo – perdidos.”
“As
costas da mulher no espelho se espelhando
Brilho
macio de cera. Castanha, a cabeleira,
No
dorso seu tão liso luz de fosforescência.
Borla
de pó caída no lençol que, formando
Com
rugas de seu pano a carta marinheira
De
águas mediterrâneas, a Abril representa
Em
sua ausente essência.
E
o transe da mulher. Como cantava
Com
as linhas do corpo ruas de sua aldeia
E
a ladeira do porto e o vinho que espumava
E
a concertina
E
até a chuva sobre o polido corpo se passeia.
Pela
janela atira a borla. Da janela atirada
Lá
vai como flor que o sol espera
E
é luar mediterrâneo e perfume no ar a Primavera.”
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